1. COMO É FEITO O EXAME?

Através da endoscopia digestiva alta é possível a colocação do balão intragástrico, que atualmente representa importante método de controle do peso no tratamento da obesidade. O paciente deverá passar por consulta com o endoscopista para sejam esclarecidas todas as dúvidas a seu respeito.

Para a instalação do balão intragástrico, é necessário jejum de pelo menos 8 horas. Isso possibilita o esvaziamento do estômago e a plena visualização da mucosa, sem a presença de resíduos alimentares. O paciente deverá ir acompanhado de adulto que possa conduzi-lo até sua residência ao final do procedimento. Inicialmente, são administradas algumas gotas de medicação antigases por via oral. Um spray anestésico é borrifado na garganta para reduzir a sensação da passagem do aparelho pela orofaringe. Em seguida, medicamentos sedativos são administrados na veia para promover relaxamento e rápida indução do sono (sedação profunda).

O paciente é posicionado em decúbito lateral esquerdo com acessório plástico em sua boca. Através desta, é introduzido aparelho flexível de videoendoscopia, permitindo a visualização direta em monitor, durante todo o procedimento, que demora cerca de 30 minutos. Toda a mucosa é avaliada, compreendendo o esôfago, estômago, até o início do intestino delgado (duodeno). São obtidas fotos de áreas específicas para documentação e, se necessário, coleta de biópsias para análise histopatológica. O procedimento é realizado sob monitorização contínua da frequência cardíada e oxigenação sanguínea através de monitor específico.

Em seguida o aparelho é retirado, e é introduzido o sistema do balão intragástrico através da boca até a câmara gástrica. Ele será preenchido com líquido (cerca de 500 ml de solução salina com gotas de azul de metileno).

Todo o exame é realizado durante o sono induzido ao paciente, que é despertado após a retirada do aparelho. Ele permanecerá em um local tranquilo, chamado recuperação anestésica, onde ficará em repouso por alguns minutos até recuperar toda a consciência, e receberá as informações sobre o exame. Após a saída da clínica, poderá ingerir alimentação líquida e retornar a sua residência. Amnésia temporária é considerada normal em virtude dos sedativos empregados. No dia seguinte, deverá retornar às suas atividades habituais.

2. QUAIS AS INDICAÇÕES PARA O EXAME?

• Pacientes com índice de massa corpórea superior a 29 (Peso em kg / altura em metros²)
• Pacientes com obesidade mórbida que não desejam realizar a cirurgia bariátrica
• Pacientes com obesidade mórbida que necessitam perder peso antes da cirurgia

3. EFEITOS ADVERSOS

As principais complicações são dor leve e vermelhidão no local da punção venosa (flebite), que pode acontecer em até 5% dos casos, dependendo das medicações empregadas e sua diluição. Eventos cardiovasculares como hipotensão ou hipertensão, queda na oxigenação sanguínea ou arritmias cardíacas são mais raras, acontecendo em cerca de 0,2% dos exames, e são detectadas prontamente através da monitorização contínua.

Nos primeiros dias, a ocorrência de vômitos é frequente, associada a sensação de peso abaixo das costelas. Dor leve pode ocorrer. O paciente não deverá receber dieta sólida nos primeiros dias. Para minimizar esses efeitos, são administrados medicamentos orais contra dor, náuseas, hipersecreção gástrica e excesso de gases. Eventualmente, poderá ser necessária a administração de fluidos intravenosos para tratamento da desidratação.

A maior perda de peso acontece no primeiro mês, com redução dos líquidos corporais. A partir daí, a perda é mais lenta e contínua. O tempo médio de permanência é de 6 meses, não devendo exceder 1 ano. Estima-se a perda em 20% do peso corporal na época da colocação. Na época da retirada, o paciente deverá permanecer em ambiente hospitalar e o procedimento é realizado sob anestesia geral, com auxílio de médico anestesiologista. Da mesma forma que sua colocação, todo o processo se faz através do aparelho de endoscopia, imperceptível ao paciente.

4. PÓS PROCEDIMENTO

Não são relatados incômodos após a retirada do balão intragástrico. Logo após a plena recuperação da consciência, o paciente é liberado para sua residência.